sexta-feira, 16 de abril de 2010
Ana Claudia Martins ou apenas Claudia, considera-se uma vencedora. Aos 27 anos, Claudia, que atualmente reside em Uberaba e está cursando o ensino médio é uma daquelas mulheres de se tirar o chapéu. Ainda na infância deixou os estudos para poder trabalhar e ajudar a mãe com as despesas da casa e hoje, ela assume a frente e cuida sozinha da família. Apesar de todas as dificuldades. Ela usa o bom humor e a criatividade para seguir sem estresses. Nessa entrevista, ela conta um pouco sobre o seu trabalho e fala também sobre o relacionamento conturbado que teve e das agressões que sofreu.
Rona: Porque você se considera uma vencedora?
Claudia: Não é fácil viver e manter uma casa nos dias de hoje, você precisa ser guerreira. Já passei por tudo nessa vida. Necessidade das coisas, fome, desespero quando eu tive meningite e, recentemente eu passei por um momento difícil na minha vida. No meu último relacionamento, eu sofri agressões físicas, por conta do ciúme doentio que o meu namorado sentia. Eu não podia ir até a esquina sozinha que tudo era motivo para brigas e, sempre com as brigas, vinham às agressões e eu acabava sofrendo por ser o lado mais fraco da corda. E também porque desde a infância, que eu não tive muito, eu trabalhei para ajudar a minha mãe em casa. Deixei os estudos para que não faltasse nada dentro de casa. Eu me considero uma vencedora por ter pulado todas as pedras do caminho e apesar dos tropeços, estou inteira.
Rona: O que você considera ser o lado mais fraco da corda?
Claudia: Ah! Vários motivos, primeiro o fato de ser mulher e ter bem menos força que um homem e depois, porque ele sabia tudo da minha vida, sabia que se ele me ameaçasse eu iria passar o dia todo com medo. Refém mesmo...
Rona: Você disse que não tem mais contato com ele. Se você se considerava refém dele, de onde veio à força para terminar o relacionamento?
Claudia: Na verdade não veio força. Eu simplesmente um dia acordei e decidi que não iria mais passar por tudo isso, as humilhações, as agressões, ameaças e tudo que ele fazia para mim. Eu peguei minha mãe e decidi me mudar e por um bom tempo, e vivi praticamente escondida, correndo e com medo. Hoje eu estou mais tranqüila, porque também não posso viver correndo dele para sempre. Mas foi uma fase muito difícil da minha vida. Só eu e minha mãe sabemos o que passamos! Aprendi a dar valor na minha liberdade.
Rona: Atualmente você trabalha em que?
Claudia: Ixi! (risos) Eu, na verdade não tenho uma renda fixa. Eu trabalho por conta própria. Duas ou três vezes ao ano, eu vendo café da manhã para tratadores. Esses que vem trazer os gados para os leilões, julgamento na exposição. Nesse trabalho, eu consigo tirar um dinheiro bom, que dá pra manter a casa por um tempo. Ralo muito, nos dias eu não tenho descanso, mas é uma renda que me ajuda muito. Não dá pra viver no luxo, mas também não vivo no lixo (risos). Além disso, eu também vendo roupas, que busco em Goiânia e há pouco tempo eu comecei a lavar roupa para uma família, para completar um pouco a renda.
Rona: Você disse que interrompeu os estudos para trabalhar e ajudar a sua mãe nas despesas da casa. Pra você, o estudo hoje faz falta?
Claudia: Muita falta. Muita mesmo. Eu parei tem muitos anos! Esse ano eu voltei na intenção de terminar. Mas como tem muito tempo que eu não entrava numa sala de aula, eu ainda tenho certa dificuldade.
Rona: Sua mãe apoiou a sua volta aos estudos?
Claudia: Ela foi a pessoa que mais me incentivou. Vive dizendo que se sente um pouco culpada por eu não ter terminado os estudos em tempo.
Rona: Depois que concluir o ensino médio, pretende continuar os estudos?
Claudia: Minha meta por enquanto é o ensino médio. Quero arrumar um emprego fixo, para ter uma segurança para mim e pra minha mãe. Mas quem sabe um dia eu viro doutora! (risos)
Rona: E você gosta do que faz?
Claudia: Tenho que gostar! Não faço nada mal feito e nem por fazer. Eu tento ser digna do dinheiro que recebo.
Rona: Se você pudesse voltar atrás e mudar alguma coisa, o que você mudaria?
Claudia: Acho que eu não mudaria nada. Tudo me serviu de aprendizado e crescimento. Talvez eu tivesse um pouco mais de cuidado com os meus relacionamentos, porque antes de me machucar, eu sei o quanto minha mãe sofre com isso.
Rona: E se você pudesse fazer um pedido pro futuro?
Claudia: Paz e saúde. O resto à gente consegue trabalhando.
Claudia: Não é fácil viver e manter uma casa nos dias de hoje, você precisa ser guerreira. Já passei por tudo nessa vida. Necessidade das coisas, fome, desespero quando eu tive meningite e, recentemente eu passei por um momento difícil na minha vida. No meu último relacionamento, eu sofri agressões físicas, por conta do ciúme doentio que o meu namorado sentia. Eu não podia ir até a esquina sozinha que tudo era motivo para brigas e, sempre com as brigas, vinham às agressões e eu acabava sofrendo por ser o lado mais fraco da corda. E também porque desde a infância, que eu não tive muito, eu trabalhei para ajudar a minha mãe em casa. Deixei os estudos para que não faltasse nada dentro de casa. Eu me considero uma vencedora por ter pulado todas as pedras do caminho e apesar dos tropeços, estou inteira.
Rona: O que você considera ser o lado mais fraco da corda?
Claudia: Ah! Vários motivos, primeiro o fato de ser mulher e ter bem menos força que um homem e depois, porque ele sabia tudo da minha vida, sabia que se ele me ameaçasse eu iria passar o dia todo com medo. Refém mesmo...
Rona: Você disse que não tem mais contato com ele. Se você se considerava refém dele, de onde veio à força para terminar o relacionamento?
Claudia: Na verdade não veio força. Eu simplesmente um dia acordei e decidi que não iria mais passar por tudo isso, as humilhações, as agressões, ameaças e tudo que ele fazia para mim. Eu peguei minha mãe e decidi me mudar e por um bom tempo, e vivi praticamente escondida, correndo e com medo. Hoje eu estou mais tranqüila, porque também não posso viver correndo dele para sempre. Mas foi uma fase muito difícil da minha vida. Só eu e minha mãe sabemos o que passamos! Aprendi a dar valor na minha liberdade.
Rona: Atualmente você trabalha em que?
Claudia: Ixi! (risos) Eu, na verdade não tenho uma renda fixa. Eu trabalho por conta própria. Duas ou três vezes ao ano, eu vendo café da manhã para tratadores. Esses que vem trazer os gados para os leilões, julgamento na exposição. Nesse trabalho, eu consigo tirar um dinheiro bom, que dá pra manter a casa por um tempo. Ralo muito, nos dias eu não tenho descanso, mas é uma renda que me ajuda muito. Não dá pra viver no luxo, mas também não vivo no lixo (risos). Além disso, eu também vendo roupas, que busco em Goiânia e há pouco tempo eu comecei a lavar roupa para uma família, para completar um pouco a renda.
Rona: Você disse que interrompeu os estudos para trabalhar e ajudar a sua mãe nas despesas da casa. Pra você, o estudo hoje faz falta?
Claudia: Muita falta. Muita mesmo. Eu parei tem muitos anos! Esse ano eu voltei na intenção de terminar. Mas como tem muito tempo que eu não entrava numa sala de aula, eu ainda tenho certa dificuldade.
Rona: Sua mãe apoiou a sua volta aos estudos?
Claudia: Ela foi a pessoa que mais me incentivou. Vive dizendo que se sente um pouco culpada por eu não ter terminado os estudos em tempo.
Rona: Depois que concluir o ensino médio, pretende continuar os estudos?
Claudia: Minha meta por enquanto é o ensino médio. Quero arrumar um emprego fixo, para ter uma segurança para mim e pra minha mãe. Mas quem sabe um dia eu viro doutora! (risos)
Rona: E você gosta do que faz?
Claudia: Tenho que gostar! Não faço nada mal feito e nem por fazer. Eu tento ser digna do dinheiro que recebo.
Rona: Se você pudesse voltar atrás e mudar alguma coisa, o que você mudaria?
Claudia: Acho que eu não mudaria nada. Tudo me serviu de aprendizado e crescimento. Talvez eu tivesse um pouco mais de cuidado com os meus relacionamentos, porque antes de me machucar, eu sei o quanto minha mãe sofre com isso.
Rona: E se você pudesse fazer um pedido pro futuro?
Claudia: Paz e saúde. O resto à gente consegue trabalhando.
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