segunda-feira, 28 de junho de 2010
O Jornalista Fábio William, 44 anos, se formou na Universidade de Uberaba, em 1987. Iniciou a sua carreira na Rádio Sete Colinas, quando ainda estava no segundo semestre da faculdade. Um ano depois, começou a trabalhar na TV Uberaba, onde ficou por três anos. Nesses 25 anos de profissão, cobriu importantes fatos nacionais como o impeachment do ex-presidente Collor, a transição para o governo Itamar, os dois mandatos de Fernando Henrique e agora o governo Lula. Além de importantes CPIs como a do PC Farias, dos Anões do Orçamento, dos Correios e dos Bingos. Acompanhou de perto os recentes escândalos nacionais como a violação do Painel Eletrônico do Senado, as denúncias de Roberto Jefferson, a cassação dos parlamentares envolvidos e seus desdobramentos políticos. Fábio William já trabalhou na Rede Record, Rede Bandeirantes e na afiliada da extinta Rede Manchete. Há 14 anos, está na Rede Globo, como repórter de política e faz também a cobertura de fatos nacionais no Jornal da Globo, com matérias exibidas no Jornal Hoje, Jornal Nacional, Bom Dia Brasil, Fantástico e Globonews. Apresenta telejornais como DFTV e Jornal das Dez, da Globonews. Também atuou por 20 anos como locutor de rádio, onde ganhou importantes prêmios e títulos, por causa de sua boa atuação. O jornalista foi o primeiro profissional a participar de uma missão operacional em um caça da FAB, experiência que, segundo ele, só o Jornalismo pode oferecer.
Marcelo Lemos - Você sempre sonhou em ser jornalista?
Fábio William - Não. Na realidade, quando eu era criança, o meu desejo era ser policial militar, porque o meu pai é policial militar. O tempo foi passando, eu comecei a ouvir rádio, a prestar mais atenção em telejornal e me interessei por essa área. Foi surgindo naturalmente esse meu desejo de ser jornalista.
Marcelo Lemos - Você é paulistano. Quando veio para Uberaba?
Fábio William - Cheguei em Uberaba para cursar o 2º colegial. Eu morava em São Paulo, mas os meus pais tiveram o desejo de voltar e eu vim. Nessa época, eu já tinha esse desejo de ser jornalista.
Marcelo Lemos - Da cidade mineira, que recordações você tem?
Fábio William - As melhores recordações possíveis. Foi uma época muito boa. Época de faculdade é sempre muito bom. É engraçado, porque quando você está fazendo faculdade tem aquele anseio de terminar, mas quando termina, você tem saudades de quando estudava. Uberaba sempre fez parte da minha vida e ainda faz. É como se eu tivesse duas cidade natais, Uberaba é a minha cidade de coração.
Marcelo Lemos - O seu primeiro trabalho na carreira foi na Rádio Sete Colinas de Uberaba. Como foi essa experiência do primeiro emprego?
Fábio William - Eu fazia o segundo semestre da faculdade e tinha uma colega que trabalhava na Rádio Sete Colinas. Um dia, eu cheguei na faculdade e tinha que apresentar um trabalho,quando terminei, ela falou: “nossa sua voz é tão bacana, é tão bonita. Você não quer fazer um teste na rádio?” Eu falei que gostaria muito, mas não tinha experiência. Então, ela marcou o teste. O dia que eu fui fazer, o gerente perguntou se eu tinha alguma experiência, eu engasguei e falei que no rádio não, mas disse que uma vez eu tinha apresentado um desfile. Eu estava morrendo de vergonha de tudo aquilo e ele falou: “faz um teste aí”. Acho que o teste ficou horrível (risadas), mas eles precisavam de alguém para pegar a ocorrência policial, então, comecei a estagiar na rádio. Foi assim durante quatro meses, eu ia a pé, pegava as ocorrências, chegava na rádio, redigia e mostrava para ele. Um dia, me chamaram para ir trabalhar na Rádio Sociedade e disseram que eu podia ler as notinhas no ar. Era o meu sonho, ler as notinhas. Então, falei para o meu gerente que eu achava que ia para a Rádio Sociedade e ele disse: “não, você vai ter uma chance aqui”. Eu fui para o ar na Rádio Sete Colinas fazer nota de falecimento. Comecei assim, depois permitiram que eu começasse a ler as ocorrências policiais e iniciei como repórter policial.
Marcelo Lemos - Como iniciou na TV?
Fábio William - Eu estava na rádio já tinha um ano. A coordenadora do meu curso era parente do Ney Junqueira, dono da TV Uberaba. Ela me disse: “Fábio, por que você não faz um teste na televisão? Eu acho que você tem condições, tem boa voz, boa aparência”. Eu pensei, nem rádio eu sei fazer, vou fazer o que na televisão. Um dia, ela marcou o meu teste. Fui lá falar com o Ney Junqueira e fiz o teste. Depois de um tempo, me ligam na rádio. Era a secretária do Ney e ela disse que ele queria falar comigo. Ele falou que a fita com o meu teste tinha sumido e que era para eu estar lá na segunda-feira, às 9h, para gravar outro teste. Eu fui, cheguei, sentei e fiquei até as 11h15 esperando. Veio um senhor enlouquecido no corredor e disse: “cadê o rapaz que vai fazer o teste?” Eu falei, sou eu, ele respondeu: “vamos lá, vamos lá. Perguntei, eu vou gravar agora? E ele respondeu: “não, você vai fazer ao vivo, porque a apresentadora não veio”. Entrei no estúdio todo iluminado, cheio de gente e ele me disse: “quando a sua cara aparecer na televisão, você fala bom dia e lê as manchetes”. Faltavam cinco minutos para começar o Jornal Factorama. Foi assim, a minha grande escola foi a TV Uberaba. Eu fiz de tudo lá. Fui editor, apresentador, repórter, pauteiro, enfim, tudo. Foi muito bom.
Marcelo Lemos - Você sempre teve interesse em trabalhar na área política?
Fábio William - Na própria TV Uberaba eu cobria política na Câmara de Vereadores e Prefeitura. Agora, aqui em Brasília é natural você ver repórter de política e economia. Eu trabalhei seis anos na TV Record e fazia mais economia do que política. Economia não é uma área que eu gosto, não é uma área que eu entendo, mas cobria. Já na Globo, temos que fazer a parte de política, uma coisa que eu gosto, principalmente Congresso Nacional.
Marcelo Lemos - Você acompanhou de perto escândalos nacionais, denúncias, CPIs, os dois mandatos de Fernando Henrique e agora o governo Lula. Qual a cobertura você considera a mais importante de sua carreira?
Fábio William - Tem uma em especial, eu diria uma entrevista. Eu estava na Record ainda tentando me firmar como repórter de rede, porque até então eu trabalhava na cobertura local. Foi na época do PC Farias. Ele prestou um depoimento em Brasília e a imprensa toda estava lá para tentar uma fala com ele ou com o advogado. Mas eles saíram apressados e foram para o aeroporto, depois de tanta insistência eu consegui falar com o advogado dele. Ninguém tinha conseguido. O advogado disse que antes de embarcar falava comigo. O Jornal da Record entrava no ar às 19h10 e às 18h30 nós não tínhamos nada ainda tentando essa entrevista. Quando eu encontrei o advogado, ele me disse que o PC ainda não tinha embarcado. Pedi para ele deixar eu falar com o PC e o advogado respondeu: “deixo”. Quando cheguei onde ele estava perguntei, PC o senhor pode falar com a gente? Ele respondeu: “não quero falar”. E eu disse: só uma palavrinha. Enfim, ele falou durante 15 minutos. Foi a entrevista que todos queriam. Eu saí de lá nas nuvens com essa entrevista. Isso já era 19h e liguei para o meu chefe, quando eu falei que era o Fábio William, ele ficou cinco minutos acabando com a minha vida. (risadas). Ele falou que eu era um irresponsável, porque eles tinham um jornal para colocar no ar. Quando ele terminou, eu falei tenho uma entrevista exclusiva com o PC Farias. Ele só falou assim: “voa pra cá”, e eu voei. Cheguei na redação, ninguém acreditava e eles colocaram essa entrevista no ar na íntegra. A partir daquele dia, eu passei a ser o repórter.
Marcelo Lemos - Você pretende fazer algo no jornalismo que ainda não tenha feito?
Fábio William - Quem acha que já fez tudo, pode aposentar. Jornalismo não tem fim. Acho que ainda não fiz nada, tenho que fazer muita coisa. Tenho todas as matérias do mundo para fazer, todos os furos do mundo para conseguir. Eu tenho todas as informações para dar. Eu não fiz nada ainda.
Marcelo Lemos - Qual a sua opinião sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalista?
Fábio William - Eu acho que o plano de fundo de tudo isso é o poder. Quem faz lei é política, quem faz política é jornalista. É como se fosse uma vingança. Mas um jornalista tem que ter o diploma. Claro que você não aprende a trabalhar na faculdade, é com o dia-a-dia que você aprende. Eu tenho 25 anos de profissão e estou aprendendo a trabalhar, mas a faculdade dá uma base filosófica e ética muito grande e você precisa disso. Na faculdade, você tem toda aquela teoria muito importante.
Marcelo Lemos - Que notícia você gostaria de dar em primeira mão para os brasileiros?
Fábio William - Agora seria o Brasil ser hexa (risadas), mas temos tantas notícias boas. A Ficha Limpa é uma ótima notícia.
Marcelo Lemos - Você sempre sonhou em ser jornalista?
Fábio William - Não. Na realidade, quando eu era criança, o meu desejo era ser policial militar, porque o meu pai é policial militar. O tempo foi passando, eu comecei a ouvir rádio, a prestar mais atenção em telejornal e me interessei por essa área. Foi surgindo naturalmente esse meu desejo de ser jornalista.
Marcelo Lemos - Você é paulistano. Quando veio para Uberaba?
Fábio William - Cheguei em Uberaba para cursar o 2º colegial. Eu morava em São Paulo, mas os meus pais tiveram o desejo de voltar e eu vim. Nessa época, eu já tinha esse desejo de ser jornalista.
Marcelo Lemos - Da cidade mineira, que recordações você tem?
Fábio William - As melhores recordações possíveis. Foi uma época muito boa. Época de faculdade é sempre muito bom. É engraçado, porque quando você está fazendo faculdade tem aquele anseio de terminar, mas quando termina, você tem saudades de quando estudava. Uberaba sempre fez parte da minha vida e ainda faz. É como se eu tivesse duas cidade natais, Uberaba é a minha cidade de coração.
Marcelo Lemos - O seu primeiro trabalho na carreira foi na Rádio Sete Colinas de Uberaba. Como foi essa experiência do primeiro emprego?
Fábio William - Eu fazia o segundo semestre da faculdade e tinha uma colega que trabalhava na Rádio Sete Colinas. Um dia, eu cheguei na faculdade e tinha que apresentar um trabalho,quando terminei, ela falou: “nossa sua voz é tão bacana, é tão bonita. Você não quer fazer um teste na rádio?” Eu falei que gostaria muito, mas não tinha experiência. Então, ela marcou o teste. O dia que eu fui fazer, o gerente perguntou se eu tinha alguma experiência, eu engasguei e falei que no rádio não, mas disse que uma vez eu tinha apresentado um desfile. Eu estava morrendo de vergonha de tudo aquilo e ele falou: “faz um teste aí”. Acho que o teste ficou horrível (risadas), mas eles precisavam de alguém para pegar a ocorrência policial, então, comecei a estagiar na rádio. Foi assim durante quatro meses, eu ia a pé, pegava as ocorrências, chegava na rádio, redigia e mostrava para ele. Um dia, me chamaram para ir trabalhar na Rádio Sociedade e disseram que eu podia ler as notinhas no ar. Era o meu sonho, ler as notinhas. Então, falei para o meu gerente que eu achava que ia para a Rádio Sociedade e ele disse: “não, você vai ter uma chance aqui”. Eu fui para o ar na Rádio Sete Colinas fazer nota de falecimento. Comecei assim, depois permitiram que eu começasse a ler as ocorrências policiais e iniciei como repórter policial.
Marcelo Lemos - Como iniciou na TV?
Fábio William - Eu estava na rádio já tinha um ano. A coordenadora do meu curso era parente do Ney Junqueira, dono da TV Uberaba. Ela me disse: “Fábio, por que você não faz um teste na televisão? Eu acho que você tem condições, tem boa voz, boa aparência”. Eu pensei, nem rádio eu sei fazer, vou fazer o que na televisão. Um dia, ela marcou o meu teste. Fui lá falar com o Ney Junqueira e fiz o teste. Depois de um tempo, me ligam na rádio. Era a secretária do Ney e ela disse que ele queria falar comigo. Ele falou que a fita com o meu teste tinha sumido e que era para eu estar lá na segunda-feira, às 9h, para gravar outro teste. Eu fui, cheguei, sentei e fiquei até as 11h15 esperando. Veio um senhor enlouquecido no corredor e disse: “cadê o rapaz que vai fazer o teste?” Eu falei, sou eu, ele respondeu: “vamos lá, vamos lá. Perguntei, eu vou gravar agora? E ele respondeu: “não, você vai fazer ao vivo, porque a apresentadora não veio”. Entrei no estúdio todo iluminado, cheio de gente e ele me disse: “quando a sua cara aparecer na televisão, você fala bom dia e lê as manchetes”. Faltavam cinco minutos para começar o Jornal Factorama. Foi assim, a minha grande escola foi a TV Uberaba. Eu fiz de tudo lá. Fui editor, apresentador, repórter, pauteiro, enfim, tudo. Foi muito bom.
Marcelo Lemos - Você sempre teve interesse em trabalhar na área política?
Fábio William - Na própria TV Uberaba eu cobria política na Câmara de Vereadores e Prefeitura. Agora, aqui em Brasília é natural você ver repórter de política e economia. Eu trabalhei seis anos na TV Record e fazia mais economia do que política. Economia não é uma área que eu gosto, não é uma área que eu entendo, mas cobria. Já na Globo, temos que fazer a parte de política, uma coisa que eu gosto, principalmente Congresso Nacional.
Marcelo Lemos - Você acompanhou de perto escândalos nacionais, denúncias, CPIs, os dois mandatos de Fernando Henrique e agora o governo Lula. Qual a cobertura você considera a mais importante de sua carreira?
Fábio William - Tem uma em especial, eu diria uma entrevista. Eu estava na Record ainda tentando me firmar como repórter de rede, porque até então eu trabalhava na cobertura local. Foi na época do PC Farias. Ele prestou um depoimento em Brasília e a imprensa toda estava lá para tentar uma fala com ele ou com o advogado. Mas eles saíram apressados e foram para o aeroporto, depois de tanta insistência eu consegui falar com o advogado dele. Ninguém tinha conseguido. O advogado disse que antes de embarcar falava comigo. O Jornal da Record entrava no ar às 19h10 e às 18h30 nós não tínhamos nada ainda tentando essa entrevista. Quando eu encontrei o advogado, ele me disse que o PC ainda não tinha embarcado. Pedi para ele deixar eu falar com o PC e o advogado respondeu: “deixo”. Quando cheguei onde ele estava perguntei, PC o senhor pode falar com a gente? Ele respondeu: “não quero falar”. E eu disse: só uma palavrinha. Enfim, ele falou durante 15 minutos. Foi a entrevista que todos queriam. Eu saí de lá nas nuvens com essa entrevista. Isso já era 19h e liguei para o meu chefe, quando eu falei que era o Fábio William, ele ficou cinco minutos acabando com a minha vida. (risadas). Ele falou que eu era um irresponsável, porque eles tinham um jornal para colocar no ar. Quando ele terminou, eu falei tenho uma entrevista exclusiva com o PC Farias. Ele só falou assim: “voa pra cá”, e eu voei. Cheguei na redação, ninguém acreditava e eles colocaram essa entrevista no ar na íntegra. A partir daquele dia, eu passei a ser o repórter.
Marcelo Lemos - Você pretende fazer algo no jornalismo que ainda não tenha feito?
Fábio William - Quem acha que já fez tudo, pode aposentar. Jornalismo não tem fim. Acho que ainda não fiz nada, tenho que fazer muita coisa. Tenho todas as matérias do mundo para fazer, todos os furos do mundo para conseguir. Eu tenho todas as informações para dar. Eu não fiz nada ainda.
Marcelo Lemos - Qual a sua opinião sobre a obrigatoriedade do diploma para jornalista?
Fábio William - Eu acho que o plano de fundo de tudo isso é o poder. Quem faz lei é política, quem faz política é jornalista. É como se fosse uma vingança. Mas um jornalista tem que ter o diploma. Claro que você não aprende a trabalhar na faculdade, é com o dia-a-dia que você aprende. Eu tenho 25 anos de profissão e estou aprendendo a trabalhar, mas a faculdade dá uma base filosófica e ética muito grande e você precisa disso. Na faculdade, você tem toda aquela teoria muito importante.
Marcelo Lemos - Que notícia você gostaria de dar em primeira mão para os brasileiros?
Fábio William - Agora seria o Brasil ser hexa (risadas), mas temos tantas notícias boas. A Ficha Limpa é uma ótima notícia.
2 comentários:
Sou um grande fã do fabio,pelo seu trabalho aqui em Brasília.
Sou fã do Fábio Willian desde quando ele trabalhou como
locutor na rádio OKFm! Abraços! Willian Gonçalves de Cristalina-GO
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